Destaco dois
grandes culpados pelo fracasso escolar: a família e o estado. A própria
Legislação LDB deixa claro que a educação é um dever dos dois e não apenas do
estado como muitos pensam.
A cada final
de estágio que faço nas escolas públicas, percebo o quão complicado está à
educação, o desinteresse dos alunos pela escola e pela ciência o que é muito
preocupante. Chegamos numa época em que o modelo do sistema educacional
proposto pelo estado, não funciona e não supre a necessidade da sociedade e só
está ativo porque é fácil de ser manipulado. Conversei com diversos professores
nas escolas em que estagiei e o pensamento parece ser generalizado: alunos
problemáticos que não querem compromisso com a escola e que só passam de ano
porque o sistema é facilmente manipulado. O sistema é que funciona de maneira
errada e já que o estado não muda e a escola depende de recursos para mudá-lo,
é mais fácil manipulá-lo e jogar o problema para frente.
A família, na
maioria dos casos, não cumpre o seu papel e fica alienada as questões escolares,
não participa, pensando que a educação dos filhos é problema da escola. A
gestão escolar tem que ser participativa, envolver a comunidade, os pais, os
alunos, os professores. É necessário que a família participe da discussão do
currículo escolar, das avaliações e aprendizagem, da inclusão social e tantos
outros temas, que não podem ser apenas impostos de forma sistematizada e
padronizada, pois impactam na formação do sujeito e por isso devem ser planejados
em função do grupo, da cultura de cada comunidade escolar.
O governo
pinta um quadro irreal sobre a educação no Brasil. A verdade é que os alunos
não suportam mais ir para escola. Vivemos em tempos de tecnologias incríveis,
onde nunca em outro momento da história, houve tanto acesso a informação e a
comunicação. É a era da internet, do notebook, do tablete, do Iphone, do Ipad,
do facebook, do twiter, dos playstations e tantos outros, consideradas “ferramentas
essenciais”, de entretenimento, e de acesso a informação e comunicação, e que
fazem parte do nosso dia a dia. Não será desmotivador ao aluno deixar tudo isso
em casa, para ir assistir uma aula no quadro negro? A escola pública
brasileira, ainda não conseguiu acompanhar esta evolução. Os professores são
preparados na academia e chegam motivados na escola pública, porém os recursos
e infraestrutura da escola são obsoletos, não evoluíram e cabe ao professor
usar o que tem.
Muitos alunos
desmotivados, entediados e frustrados, acabam provocando e declarando guerra ao
professor, aquele que lhe impõe os limites dentro da escola. Isto ocorre como
forma de protesto e uma maneira de quebrar os protocolos. Poucos são os casos
em que estes alunos mudam suas atitudes, sem a intervenção da família. Nestes casos
em que a família não auxilia a escola e o aluno permanece em afronta ao
professor, cabe ao profissional apenas duas alternativas: ou absorve e leva o
sistema de forma manipulada, para garantir o sustento e o plano de carreira
(mesmo que isto lhe custe graves problemas de saúde física e mental), ou
abandona a escola e vai trabalhar de outra forma, sentindo-se assim um fracassado.
Não basta o
governo pagar bem aos professores e deixar a escola com uma gestão imposta e longe
de ser democrática. Não basta a família enviar seu filho a escola e não
participar assiduamente do processo de educação dos filhos e da gestão da
escola. Se família e governo não se unirem em prol de uma educação de qualidade,
o que teremos é uma série de problemas na sociedade. Como disse Pitágoras, é
necessário educar as crianças para não ter que punir os adultos.
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